O surgimento de inúmeros casos de sarampo no Brasil vem preocupando pais e profissionais de saúde. O vírus do sarampo, considerado eliminado de circulação pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2016, reapareceu proveniente de casos importados da Venezuela, iniciando com registros nos estados do Amazonas e Roraima e, surgindo também, no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Mato Grosso.
Os efeitos da doença podem ser graves, por isso confira as dicas do pediatra Flávio Salles, do Centro de Especialidades Médicas Ecoville (CEME), sobre os principais sintomas e formas prevenção.
A doença
O sarampo é uma doença infecciosa altamente contagiosa que pode, até mesmo, levar a óbito. Por isso a prevenção ou o tratamento rápido são essenciais, principalmente nas crianças que costumam ter complicações mais graves. “O sistema imunológico das crianças está em desenvolvimento nos primeiros anos de vida, por isso elas são mais suscetíveis a doenças e complicações como pneumonias, otites, encefalites e insuficiência respiratória”, alerta o pediatra.
Sintomas
Febre alta (a partir de 38,5ºC), tosse, coriza, conjuntivite, hipersensibilidade à luz, perda de apetite, manchas de Koplik (pequenos pontos brancos na mucosa bucal) são os primeiros sintomas. O exantema, manchas vermelhas na pele que aparecem primeiro no rosto e depois espalham-se por todo o corpo, ocorrem geralmente em torno de 14 dias após a exposição ao vírus, por isso, no surgimento dos primeiros sinais, o médico pediatra deve ser imediatamente consultado.
O diagnóstico do sarampo é realizado pela avaliação clínica e pode ser confirmado por exames de sangue como a dosagem de anticorpos da classe IGM, durante a fase aguda. Nas crianças, os sintomas costumam ser mais evidentes, mas a análise de um médico é fundamental. Doenças como rubéola, escarlatina, febre maculosa, infecções ou sensibilidade a medicamentos, podem gerar sintomas semelhantes e somente o médico pode avaliar e recomendar o tratamento adequado.
Vacinação
A vacina é melhor forma de prevenção contra o sarampo e, inclusive, faz parte do calendário básico de vacinação infantil. A rede pública disponibiliza a vacina tríplice viral, que previne contra o sarampo, a caxumba e a rubéola, e cuja primeira dose deve ser aplicada aos 12 meses com reforço entre os 15 e 24 meses. A vacina tetra viral, que inclui também a prevenção contra a varicela, está disponível para crianças até 5 anos. Na rede privada, as duas formas da vacina são disponibilizadas.
Produzida com vírus atenuado e injetada de forma subcutânea, a vacina previne 97% dos vacinados, por isso algumas pessoas podem desenvolver formas mais brandas da doença. Em casos de surtos, reforços de vacinação são recomendados para proteger a população, por isso mesmo os adultos devem participar da campanha de prevenção desenvolvida pelo Ministério da Saúde.
Outra importante dúvida é sobre a prevenção dos bebês com idade inferior a 12 meses. “Os bebês cujas mães foram vacinadas, mantêm essa imunidade até os 9 meses de idade aproximadamente. Por isso é tão importante que as mulheres sejam vacinadas antes da gestação”, esclarece Salles. “Em situações de risco, como surtos ou exposição no ambiente familiar, a primeira dose pode ser aplicada a partir dos 6 meses, sendo necessária a administração de mais duas doses após a criança completar o primeiro ano de vida”, complementa.
Prevenção extra
Assim como na maioria das doenças virais, além da vacina, outra importante forma de prevenção é a correta higienização das mãos com lavagem e uso do álcool 70%. Para os bebês que ainda não completaram as duas doses de vacina, o ideal também é evitar locais com grande aglomeração de pessoas e pouca ventilação.
Já quem está doente ou sob suspeita do sarampo deve evitar ambientes públicos durante o período de transmissão, que dura até seis dias após o início do exantema.
Tratamento
O tratamento da doença é sintomático e inclui repouso e muita hidratação. Em casos mais complicados, pode ser necessário o uso de antibiótico, hidratação venosa, oxigenoterapia, internação e até cuidados intensivos.
É importante ficar alerta aos sinais: febre alta por mais de três dias após o aparecimento do exantema pode indicar complicações como infecções respiratórias, otites, doenças diarreicas e neurológicas, como encefalite, que pode ocorrer até mesmo após o 20º dia de doença. A panencefalite esclerosante subaguda (PESS) é uma doença neurovegetativa fatal e rara, porém pode se desenvolver entre 7 e 10 anos após a infecção por sarampo e causa deterioração intelectual, convulsões e evolui para descerebração espástica e morte.
O sarampo é uma doença grave, por isso a orientação e o acompanhamento de um pediatra são fundamentais.
Fonte: Dr. Flávio Salles – CRM 15240
Responsável Técnico CEME: Dr. Cleverson Gracia / CRM 7851
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